Num mundo em que o contacto entre diferentes línguas e culturas é cada vez mais evidente, cabe aos atores educativos reunir esforços no sentido de contribuir para sociedades mais solidárias e inclusivas. As práticas curriculares devem, assim, apelar ao respeito e à preservação da diversidade linguística e cultural e ao diálogo intercultural, privilegiando os valores democráticos e promovendo a educação para a cidadania e o respeito pelo Outro e pelas suas formas de comunicação e de expressão.
É neste quadro que se afiguram necessários os conceitos de educação plurilingue e intercultural, à luz dos textos reguladores das políticas linguísticas europeias, tais como o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (2018), o Portfolio Europeu de Línguas ou o Guide for the development and implementation of curricula for plurilingual and intercultural education (2016), que estão subjacentes às orientações para o sistema educativo nacional.
O LALE (Laboratório Aberto para a Aprendizagem de Línguas Estrangeiras), uma estrutura de investigação/formação/intervenção do CIDTFF (Centro de Investigação “Didática e Tecnologia na Formação de Formadores”), sediado no DEP (Departamento de Educação e Psicologia) da Universidade de Aveiro, tem, desde a sua criação em 1999, produzido conhecimento sobre a educação plurilingue e intercultural nomeadamente sobre o conceito de “competência plurilingue” (CP), tendo construído um modelo descritivo do conceito (dimensões, processos e desenvolvimento). A esta descrição seguiu-se um trabalho focalizado na análise do desenvolvimento da CP em contextos educativos. Numa fase mais recente, o Laboratório direcionou as suas atividades para: a) a análise de processos de construção e desenvolvimento de parcerias entre investigação/intervenção/sociedade, no âmbito da educação em línguas; b) a compreensão do papel dessas parcerias no desenvolvimento da CP (em contextos formais e informais); e para c) o desenvolvimento e avaliação de programas orientados para o desenvolvimento da CP concebidos no âmbito dessas parcerias. Este percurso é visível nas publicações intituladas Cadernos do LALE que fazem 15 anos de existência e se encontram divididas em duas séries: a série Reflexões que engloba textos de foro mais teorizante, descritivo e reflexivo, produzidos pelos membros da equipa, e a série Propostas que recolhe trabalhos de carácter pedagógico-didático e de formação.
Tendo em conta o conhecimento produzido pelo LALE no âmbito da educação em línguas, as Jornadas visam:
- Partilhar conhecimento e promover a reflexão sobre a educação plurilingue e intercultural, tendo como base os Cadernos do LALE;
- Fomentar a reflexão sobre o ensino de línguas no currículo escolar, em diferentes níveis de ensino;
- Promover a atualização e o aprofundamento de conhecimento profissional docente no campo da didática do plurilinguismo;
- Fomentar a articulação entre o LALE, as escolas e outras instituições, na área da educação em línguas.
As Jornadas destinam-se, desta forma, a educadores de infância, professores generalistas do 1.ºCiclo do Ensino Básico, professores/formadores de línguas dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário (Grupos de docência: 100, 110, 120, 200, 210, 220, 300, 310, 320, 330, 340, 350).